Psicóloga do “Dignamente” fala na Câmara sobre a vida da mulher na era do cansaço

Programa da Secretaria Municipal de Saúde trata de saúde mental

08/03/2024

A psicóloga Zoica Andrade Caldeira, coordenadora do programa Dignamente de saúde mental, deu palestra nesta quinta-feira (7) no plenário da Câmara de Indaiatuba sobre o tema “Ser Mulher na Sociedade do Cansaço: Desafios e Potencialidades”.

Ministrada a convite da vereadora e primeira-secretária da Câmara, Silene Carvalini, a palestra integrou a programação de eventos do Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março.

Além de Silene -- que deu as boas-vindas aos presentes em nome do presidente da Câmara, Luiz Carlos Chiaparine --, as vereadoras Ana Maria dos Santos e Luci dos Santos também assistiram à palestra e participaram, com outras 50 assistentes entre servidoras e convidadas, das dinâmicas interativas promovidas pela palestrante.

O vereador Alexandre Peres, autor de leis de interesse das mulheres, também participou da atividade.

ABORDAGENS

“Vocês estão cansadas?”, perguntou a psicóloga no início da palestra. Todas responderam afirmativamente. “E por quê”? As respostas variaram, mas em comum apontaram desgaste físico e emocional causado por múltiplos papéis e tarefas, poucas horas de sono, discriminação e assédio.

“Vivemos em uma sociedade na qual imperam normas que valoram em excesso a produtividade, a hiperatividade e o desempenho”, observa Zoica Caldeira. “Internalizamos em nós que o importante é ser produtivo, obter resultados e atender à expectativa social. Ou seja: estamos lutando pela nossa própria servidão, pensando que estamos lutando por nossa liberdade”, ensinou.

O resultado – prosseguiu -- não poderia ser outro: esgotamento, exaustão, sufocamento, depressão, burnout, desconexão com os próprios desejos e uma sensação permanente de culpa e frustração.

Citando o filósofo Nietzsche, Zoica resumiu: “Por falta de repouso, nossa civilização caminha para uma nova barbárie”.

O QUE FAZER?

A palestrante traçou os caminhos: “Em primeiro lugar, ser uma militante e lutar coletivamente contra as violências, contra os preconceitos e ressignificar o lugar social da mulher. Em segundo, educar e conscientizar as pessoas de que a busca pela emancipação é a verdadeira liberdade”. “Por isso – frisou -- a nossa luta continua”. Perguntada, a plateia respondeu o que gostaria de receber nesta data – ao que algumas mencionaram: amor, respeito, reciprocidade, parceria, igualdade e valorização.

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