Presidente da CPI dos apagões de energia enumera conquistas da comissão

CPI realiza última reunião com depoimentos de gerentes da concessionária CPFL Piratininga

07/08/2023

O vereador Arthur Spíndola, presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura as constantes oscilações de energia que ocorrem em Indaiatuba, afirmou que a CPI obteve grandes conquistas desde que foi instaurada na Câmara Municipal, 80 dias atrás. A afirmação de Spíndola foi feita nesta segunda-feira (7) durante reunião em que os membros da CPI inquiriram quatro graduados funcionários da concessionária CPFL Piratininga -- a empresa responsável pelo fornecimento de energia a Indaiatuba – os gerentes Renato Lucas de Freitas, Sebastião Arcanjo, Ricardo Pessanha e Amaury Haga.
Arthur Spíndola relacionou como conquistas da comissão a ligação de energia para o funcionamento das estações de bombeamento de água e de esgoto dos loteamentos Vale do Sol e Indaiatuba Golfe e o fornecimento de energia para o Residencial Bruxelas -- conjunto habitacional com 208 unidades financiado pelo programa Minha Casa Minha Vida em parceria com a Prefeitura e que estava completamente edificado havia meses. Esta ligação possibilitou que sábado passado, dia 5, o município realizasse a entrega das moradias às famílias contempladas. “As ligações de energia foram solicitadas pelo SAAE e pela Prefeitura fazia quase um ano e só agora, durante os trabalhos da CPI, é que foram realizadas pela CPFL”.
Dirigindo-se aos gerentes da concessionária, o presidente da CPI indagou: “A pergunta que fica é: para a melhoria do fornecimento de energia no município, os vereadores terão de sempre instaurar CPIs?”. Em resposta, o gerente de Serviços Comerciais da CPFL, Renato Lucas de Freitas, disse que “não será necessário este tipo de movimento”. Afirmou também que a concessionária abriu um canal de comunicação com os grandes clientes, como a Prefeitura, o SAAE e as empresas instaladas no município. “A partir de agora teremos um consultor de negócios para estreitar o relacionamento com a Prefeitura e manter reuniões frequentes com os secretários municipais”, ressaltou. Ao ouvir a informação, Spíndola comentou: “Vou contar a instituição desse canal de relacionamento como mais uma conquista da CPI”.

OS DEPOIMENTOS
Coube ao relator Othniel Harfuch fazer a primeira pergunta aos gerentes. Harfuch indagou sobre o prazo para a realização de corte de energia por falta de pagamento e o período de notificação prévia ao cliente. Renato de Freitas respondeu que, antes da suspensão do fornecimento, são realizadas cobranças por SMS e inseridos avisos nas contas mensais. “Os cortes acontecem em média 45 dias após o atraso no pagamento”, disse.
A seguir, o relator afirmou que, além das reclamações que recebeu de munícipes, ele mesmo presenciou a prepotência e agressividade dos profissionais que executam o corte de energia. “Qual é a conduta de vocês e como isso pode ser resolvido?”, questionou. “A nossa equipe é orientada a esperar de 5 a 10 minutos para que o cliente comprove o pagamento da conta em atraso e a manter sempre uma postura de cordialidade”, respondeu Ricardo Pessanha, gerente de Operações de Campo.
O vereador Leandro Pinto destacou a insatisfação manifestada pelos depoentes, em reuniões anteriores, e enfatizou o “péssimo serviço de poda realizado pela concessionária”. Ricardo Pessanha respondeu que é feito um planejamento das podas em todo o município e que a retirada dos galhos das calçadas é realizada em até 5 dias.
Em seguida, o vereador Wilson Índio da Doze perguntou se a CPFL planeja estabelecer outro local de atendimento no município e se a empresa proporciona treinamento para as equipes de poda. Renato de Freitas mencionou que um novo ponto de atendimento foi aberto na região do bairro Campo Bonito. “As melhorias e os investimentos que estão sendo feitos são perenes e representam ações contínuas”, afirmou.
A vereadora Ana Maria dos Santos questionou se a CPFL planeja construir uma nova subestação de energia no município. Amaury Haga, gerente de Obras e Manutenção, informou que a concessionária já adquiriu uma área para a implantação da quarta subestação. “Trabalhamos com um cronograma para sua entrada de operações entre 2025 e 2026 a um custo de R$ 36 milhões”, respondeu. Haga também disse que, para este ano, estão previstos investimentos superiores a R$ 16 milhões.
Ana Maria perguntou o que está sendo feito para a redução do número de piscas. Pessanha explicou que, em muitos casos, os piscas são causados por interrupções momentâneas executadas para assegurar a segurança dos eletricistas, ou por imprevistos como galhos em contato com os fios de energia.
O vereador Alexandre Peres relembrou os depoimentos dados à CPI pelo superintendente do SAAE, por secretários municipais e por empresários, todos com muitas reclamações acerca da má qualidade do serviço prestado pela CPFL e dos prejuízos que causam. O gerente de Relações Institucionais Sebastião Arcanjo esclareceu que todos os investimentos realizados pelas concessionárias requerem a autorização dos órgãos reguladores e reiterou os valores de R$ 16 milhões em investimentos no ano e dos R$ 36 milhões que serão aplicados na construção da subestação.
Na sequência, Arcanjo disse que a CPFL reconhece a importância do Legislativo local, e que a CPI proporcionou aprendizado a todos os setores da empresa. “A CPI está nos fazendo revisitar os processos, aprimorá-los, e a corrigir pontos que nos pareciam normais. Estamos aqui humildemente reconhecendo que há pontos que devem ser melhorados”, destacou.

PRÓXIMA FASE
A reunião desta segunda-feira foi a última da fase de coleta de dados e de informações para instrução do relatório final da CPI. Arthur Spíndola informou que o relator Othniel Harfuch está finalizando a elaboração do relatório. “Depois de levado a conhecimento dos demais vereadores, o relatório será encaminhado aos órgãos reguladores de energia do governo federal, a ANEEL, e do governo do Estado, a Arsesp, aos quais solicitaremos providências”.
E concluiu: “Com tudo isso, espero que brevemente tenhamos uma Indaiatuba bem iluminada”.

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