Linho pede reativação de serviço para acabar com transtornos de transporte de animais feito por pecuaristas de Indaiatuba

O fim da emissão de Guias de Transporte de Animais (GTA) em Indaiatuba há alguns anos, e a transferência do serviço para Campinas tem gerado alguns transtornos a pecuaristas e empresários do Município. Por conta disso, o vereador Carlos Alberto Rezende Lopes, o Linho (PT), apresentou na Sessão Legislativa de segunda-feira, dia 16/02, um pedido ao prefeito Reinaldo Nogueira (PDT) de implementação de Convênio ou Termo de Cooperação entre o Município e a Secretaria Estadual da Agricultura ou Secretaria Estadual da Saúde para que o serviço volte a ser oferecido na cidade.
Para cada transporte de animal de Indaiatuba para outras cidades, o pecuarista tem que se deslocar para Campinas. Além disso, o horário de atendimento para emissão dessas guias é bastante curto, das 13h30 às 16h. Durante muito tempo a emissão destas guias eram feitas na Casa da Agricultura, por uma funcionária cedida pela Prefeitura, porque a Secretaria de Estado cria o órgão, mas não disponibiliza o serviço, lembra o vereador Linho. Também, além de funcionar próximo ao pecuarista, o atendimento era das 8h às 17h.
Essas guias são necessárias para o transporte de qualquer animal aos matadouros e frigoríficos para o posterior consumo humano, explica o vereador Linho. Ele acrescenta que esse é o documento que garante toda a segurança para quem compra, vende e transporta animais. É um salvo conduto dizendo que a carga não é ilegal ou irregular, em função da necessidade de controle de vacinação e procedência do animal. O documento é exigido por todos os órgãos de inspeção e fiscalização, como secretárias, departamentos e Polícia Rodoviária.
Muitas vezes, por problemas na emissão das guias em Campinas, alguns pecuaristas têm feito o transporte irregular de animais, como vacas, cordeiros e frangos, somente com a Nota Fiscal, tendo inclusive a sua carga recusada pelos frigoríficos até a chegada do documento. Nós temos grandes criadores de gado na região e esses pecuaristas e empresários sofrem muito com isso, argumenta o vereador Linho. O convênio com a secretaria estadual vem no sentido de reativar o serviço e eliminar estes transtornos.
O pecuarista Fabrício Barnabé, proprietário do Sítio Campo Bonito, é um dos que teve problema com a emissão da Guia de Transporte Animal na semana passada. Eu carreguei o gado cedo e tive que ir para Campinas, mas não puderam me atender por um problema no sistema. Eu liberei o caminhão para viagem só com a Nota Fiscal e no frigorífico não quiseram aceitar, porque o animal não vai para o matadouro enquanto não tiver a guia, pois sem isso não dá para saber a origem do gado, se ele é vacinado ou não, recorda.
Sempre que vai transportar gados, explica Fabrício, é preciso carregar o caminhão de manhã e ir correndo para Campinas, e se submeter aos horários curtos de atendimento. Num outro dia eu cheguei faltando 5 minutos para o encerramento do atendimento e o caminhão já estava carregado para viagem, reclama. Quando é assim, eu preciso deixar o caminhão seguir para o seu destino e levar a guia depois em outra viagem, como aconteceu quando parou o sistema de atendimento, que tive que viajar 540 quilômetros duas vezes até Presidente Prudente.
O pecuarista Maurício Carlos de Oliveira, do Sítio Dona Nena, ressalta que é preciso ir até Campinas tanto quando vende gado, para retirar a guia, ou quando compra algum animal, para entregá-la. O problema é que ninguém avisa se houver problema, como semana passada por falta de energia. A gente só fica sabendo quando chega lá e, além de perder muito tempo e gastar com transporte, muitas vezes o caminhão já está carregado, esclarece.
Segundo o pecuarista Darcy Antonio Barnabé, proprietário dos sítios Santo Inácio, Nossa Senhora de Aparecida e Vista Alegre, há criadores de gado em Indaiatuba que são negociantes de gado e precisam tirar 40 a 50 guias por mês. Ter que ir para Campinas é um transtorno muito grande e muitas vezes, ainda, a gente chega lá e o atendimento é feito com má vontade. Com certeza, seria muito melhor para todo mundo se voltasse a ter este serviço em Indaiatuba, reclama.
O presidente do Sindicato Rural Patronal de Indaiatuba, Wilson Tomaseto, também apóia a iniciativa de se firmar Convênio ou Termo de Cooperação com o Governo de Estado para reativar a emissão de guias de transporte em Indaiatuba. Segundo ele, o Município tem 334 propriedades que fazem criação de animais, sendo 56 de bovinos de corte, 123 de bovinos mistos, 103 de animais diversos, 31 de gados leiteiros e 21 de muares e eqüinos. Ao todo, essas propriedades têm 13.419 animais.
Foto: Giuliano Miranda/ACS-CMI
Texto: Da assessoria do vereador