Funcionários do Saae prestam depoimento à Comissão

ImagensNa manhã desta quarta-feira, dia 27 de outubro, quatro funcionários do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Indaiatuba (Saae), incluindo o superintendente da autarquia, prestaram depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), criada para apurar possíveis irregularidades em processo licitatório realizado pelo Saae e que teve como vencedora uma das empresas investigadas pelo Ministério Público por suspeita de cometer fraudes em licitações realizadas em diversos municípios e em alguns estados.

Os trabalhos da CPI foram conduzidos pelo seu presidente, o vereador Fábio Marmo Conte, e as perguntas foram formuladas pelos vereadores Luiz Alberto ‘Cebolinha’ Pereira, que é relator da CPI, e Agostinho Andrade Júnior.

A primeira funcionária a prestar depoimento foi a pregoeira de processo licitatório, Fernanda Milanezi Carrera. Ela explicou aos membros da comissão que qualquer pessoa pode ter acesso aos processos licitatórios, e que assim que uma empresa faz uma visita técnica, esta fica registrada no próprio processo, logo não é uma informação sigilosa.

Em seguida os vereadores ouviram o chefe de divisão e antigo presidente da Comissão Permanente de Licitações (Copel), o advogado Francisco Pinto, que alega que o processo licitatório ocorreu normalmente e que desconhecia a ligação entre a empresa São Paulo Serviços Gerais Ltda, que venceu a licitação, com a empresa Lótus Serviços Técnicos Ltda., porém após a confirmação deste fato através de denúncia anônima feita no início de agosto, o Saae rompeu contrato e iniciou um novo processo licitatório para contratar uma empresa para fazer a leitura e impressão das contas de água e esgoto.

A diretora de arrecadação, cadastro e leitura do Saae, Gláucia de Oliveira, esclareceu aos vereadores que, embora seja citada no relatório do MP, teve contato com um dos suspeitos de participar do esquema de fraudes apenas no dia em que a licitação foi aberta, e que não passou informações privilegiadas ou sigilosas em nenhuma ocasião.

Por fim, o superintendente do Saae, Alexandre Carlos Peres, contou qual foi o procedimento adotado após receber a denúncia anônima de irregularidades na licitação. “No próprio dia em que recebi a carta, encaminhei o caso ao departamento jurídico, que verificou que procedia a denúncia e providenciou a interrupção do contrato”. Desta forma, a São Paulo Serviços Gerais Ltda. finalizará seus serviços na próxima sexta-feira, dia 29, e no dia 1º uma empresa vencedora de outra licitação irá assumir os serviços de leitura e impressão das faturas do Saae. “Para mostrar transparência, agora toda licitação feita pelo Saae pode ser acompanha via internet, ao vivo”, ressalta Peres. “Estou no Saae há 16 anos, quando entrei através de concurso público. Comecei como engenheiro, fui diretor de obras, assistente de superintendente, superintendente adjunto e agora superintendente. Foi um caminho muito grande. Jamais agiria ou deixaria que algum funcionário exercesse alguma atividade ilícita. A credibilidade do Saae perante a população é muito positiva. Infelizmente sofremos um arranhão em nossa imagem por causa de uma empresa sem índole. Mas vamos curar esse arranhão, pois nosso pessoal é muito honesto”, finaliza.

Os vereadores da Comissão Parlamentar de Inquérito se reunião novamente na próxima quinta-feira, dia 4 de novembro, às 8h30, para novas deliberações.

Foto: Giuliano Miranda-ACS/CMI
Texto: Heloisa Pinhatelli da Silva-ACS/CMI